Dia Mundial da Educação (28 de abril)
“Como 10 trilhões de células se organizam num ser humano, muitas das vezes sem nenhuma falha, por várias décadas? Como 10 trilhões de células chegam a ficar de pé? Mesmo algo simples como se erguer a uma altura de 1,50m ou 1,80m é uma proeza bem impressionante para um bando de células cuja altura, individualmente, não é maior que uma borra de café.” Paul Ingrahan. Na mesma cadeia de efeitos a resposta: tecnologia (ossos, músculos, neurônios) levando à especialização (o fêmur, bíceps e nervo femoral), levando à cooperação ( todas as partes e muitas outras levando a nossa verticalidade bi pedal), levando à maior complexidade (cada oportunidade nova que surgiu de nossa postura ereta), levando então os humanos , nas palavras de Robert Wright a uma evolução completamente diferente: a evolução cultural ( evolução de ideias, memes e tecnologias). E já que começamos a falar delas, no livro Abundância O futuro é melhor do que você imagina, os autores Diamandis e Kotler, detalham como arevolução das tecnologias de informação e comunicação (ICT) apoiadas em 8 contribuições distintas e todas de natureza cooperativa, ajudam no desenvolvimento sustentável da humanidade ( conectividade, contribuição, escala, replicação, responsabilização, compatibilização, uso das redes sociais e educação e treinamento).Nesta última, as ICT tornaram global as salas de aula, ao mesmo tempo atualizando o currículo para cada bit de informação que se possa desejar. E diante desta globalização tentar responder perguntas como: “Você está trabalhando em algo que possa mudar o mundo ? Sim ou não? A resposta de 99,99999% das pessoas é ‘não’. Acho que precisamos treinar as pessoas em como mudar o mundo .Obviamente, isso se faz mediante as tecnologias. É o que vimos no passado; é o que impele toda mudança.” Serve como indicador de criação para Lerry Page (Cofundador da Google. “Como seres humanos, disse Ken Robinson, todos temos um imenso potencial, mas, a maioria das pessoas vive suas vidas inteiras com esse potencial inexplorado. A cultura humana, e a escola é um componente fundamental de como transmitimos essa cultura, é realmente um conjunto de permissões. Permissão para ser diferente, permissão para ser criativo. Nossos sistemas educacionais raramente dão às pessoas permissão para serem elas próprias. Mas se você não pode ser você próprio, fica difícil conhecer a si mesmo, e se você não se conhece, como pode explorar seu verdadeiro potencial ?” Juntamente às fragilidades humanas, ainda temos incentivadores para que seu potencial continue inexplorado ainda por mais tempo … Ouvimos ecoar em momentos como estes, a voz de um dos maiores filósofos da humanidade, Aristóteles, que em sua trajetória neste mundo valorizava a inteligência humana, como única forma de alcançar a verdade, teve seus pensamentos seguidos e propagados pelos seus mais nobres discípulos. Pensou e escreveu sobre diversas áreas do conhecimento: política, lógica, moral, ética, teologia, pedagogia, metafísica, didática, poética, retórica, física, antropologia, psicologia e biologia. Seus pensamentos filosóficos e ideias sobre a humanidade têm influências significativas na educação e no pensamento ocidental tanto ontem quanto hoje, continua a iluminar nossas mentes- “O todo é maior do que a simples soma das partes”, em resposta a supervalorização de algumas disciplinas consideradas como “áreas que gerem retorno imediato”. Para o imediatismo no qual a humanidade está mergulhada, Aristóteles ainda nos fala: “A virtude como espécie intelectual gera-se e cresce graças ao ensino que por sua vez requer experiência e tempo. Tempo este, que exige acerto nos passos ainda na largada, para se chegar a uma performance elevada durante o percurso. Performance instigada pelos propósitos e sonhos, daqueles que hoje, já conseguem saborear suas vitórias de amanhã , simplesmente por acreditar em seus potenciais . Sonhar em ser capaz , é o que nos recomendava Paulo Freire (Um dos mais célebres educador brasileiro e inspirador de gerações): “Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanha pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.” Abandonar a monotonia de uma rotina de escassez de vida, promovida pela ignorância ou falta de conhecimento, distancia o sonho de uma aprendizagem que se estenda ao longo da vida. “Hoje o mundo está enfrentando uma “crise de aprendizagem”: cerca de 250 milhões de crianças não estão na escola e 330 milhões de crianças em idade escolar não estão aprendendo. A perspectiva para 2030 se mostra tenebrosa caso a sociedade hesite em agir. A Comissão Internacional de Educação pretende mudar o foco “da escolaridade para a aprendizagem”. Se cada país for capaz de manter o passo com os “25% mais rápidos em termos de aprimoramentos” na sua categoria de renda, então a meta de frequência escolar total é viável dentro de uma única geração.” disse Amel Karboul . Rapidez e prontidão se exige do mundo em relação à educação e para os protagonista desta ação o psiquiatra e professor IçamiTiba, nos lembra : “Se não dão a oportunidade de conhecer ( os números, as letras do alfabeto ou até as sete notas musicais), vivem num mundo diferente, adaptando-se como podem à sua ignorância. Nem sentem falta desses conhecimentos, pois ninguém sente falta do que não conhece. Nem dos valores de base, sustentáveis, promovidos pela Educação Sustentável”, que para ele é considerada como “um projeto racional que leva em consideração as emoções, os sentimentos, os afetos, a vontade, os desejos, os sonhos, os relacionamentos humanos e também as estratégias de ação para melhores resultados. E aí que entra a sustentabilidade, com as recentes preocupações mundiais com preservação e recuperação das condições da vida humana no planeta Terra. Nada é mais sustentável que a educação de valores, pois uma vez aprendidos e praticados, passam a fazer parte da vida do aprendiz pelo resto de sua vida. Não há nada que custe tão pouco como o aprendizado e sua prática, que dure tanto e seja tão útil e tão sustentável do que a excelência de um valor sustentável.” E continua, “seguindo do tangível que é a matéria para alcançar os intangíveis que são: responsabilidade, aprendizagem, aumento de integração familiar, honrar compromissos, responder pela função do aluno, organização mental, etc. Se os pais não mudarem suas atitudes em relação aos estudos do filho, não há por que ele se inovar e aprender a aprender.” Somos convidados a fazer nos dias hoje a interseção do Conhecimento, competências e atitudes como ferramentas de hábitos poderosos em resposta ao mundo novo que sonhamos. Ainda aprendendo com o mestre, Paulo Freire: “Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.” Numa esperança cansada na qual vivemos, o mundo sustenta seus passos no caminho em direção a uma sociedade do conhecimento. Um dos pensamentos que se encontra na base da maior parte dos sistemas de ensino modernos vem de um escritor e futurista norte-americano do século passado, Alvin Toffler: “O analfabeto do século 21 não será aquele que não sabe ler e escrever, será quem não sabe aprender, desaprender e reaprender”. Rubeilton Ribeiro.